dimanche 31 juillet 2011

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A luxúria gastronômica realmente me deixa muito mal algumas horas depois. Duas semanas seguidas de comilança desesperada durante um dos dias do final de semana. Explodi. Mexilhões mil. Cordeiro. Paella. Coisas e mais coisas mil. E ainda terminei com bolo da Leo Dolci. Até os olhos doem...

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"Já no prefácio a Richard Wagner é a arte, - e não a moral, - apresentada como atividade essencialmente metafísica do homem; no decurso do livro também se reproduz, por várias vezes, a singular proposição de que a existência do mundo não se pode justificar senão como fenômeno estético. Efetivamente, no fundo de tudo quanto existe, este livro não reconhece senão um pensamento patente ou oculto de artista. O pensamento de um "Deus", se quiserem, mas, nesse caso, um deus puramente artista, absolutamente liberto do que se chama escrúpulo ou moral, para quem a criação ou a destruição, o bem ou o mal, sejam manifestações do seu arbítrio indiferente e da sua onipotência; que se desembarace ao fabricar os mundos, do tormento dsa sua plenitude e da sua plétora, que se liberte do sofrimento dos contrastes acumulados em si próprio. O mundo, a objetivação libertadora de deus, em consumação perpétua e renovada, tal como visão eternamente mutante, eternamente diferente, de quem é portador dos sofrimentos mais atrozes, dos conflitos mais irredutíveis, dos contrastes mais perfeitos, de quem não pode emancipar-se nem libertar-se senão na aparência: eis a metafísica do artista."

-- Friedrich Nietzsche, in A origem da Tragédia

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roll the dice

if you’re going to try, go all the
way.
otherwise, don’t even start.

if you’re going to try, go all the
way.
this could mean losing girlfriends,
wives, relatives, jobs and
maybe your mind.

go all the way.
it could mean not eating for 3 or 4 days.
it could mean freezing on a
park bench.
it could mean jail,
it could mean derision,
mockery,
isolation.
isolation is the gift,
all the others are a test of your
endurance, of
how much you really want to
do it.
and you’ll do it
despite rejection and the worst odds
and it will be better than
anything else
you can imagine.

if you’re going to try,
go all the way.
there is no other feeling like
that.
you will be alone with the gods
and the nights will flame with
fire.

do it, do it, do it.
do it.

all the way
all the way.

you will ride life straight to
perfect laughter, its
the only good fight
there is.

- Charles Bukowski

samedi 30 juillet 2011

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Já que estou saudosa, vamos lá.


Dire Straits - Romeo and Juliet

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- The Sleeping Dictionary

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Estava ouvindo esta música hoje, na cozinha, enquanto S. tomava uma cerveja e eu uma outra bebidinha. Instantaneamente, senti-me como há uns quinze anos atrás, quando ainda gravava fitas e mandava cartas para W. Em um minuto, consegui me ver na rodoviária, pegando as malas e voltando para casa. E chorei. Não por W., mas porque sabia que ia ter que passar algumas horas em S. E foi tão sincero, que me assustei. Não pelo amor que me molhou os olhos, mas pela sinceridade, pela espontaneidade. Aos poucos a gente cresce e acaba esquecendo que ainda guarda um coração jovem dentro do peito, que ainda é tão suscetível à felicidade.

Rolling Stones - Love in Vain

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Esperança e saudade estão unidas, só o modelo
do intervalo é branco, a emoção vai
deslizando para o cenário. Oh, o que produzem
as palavras em cima dos sonhos
para serem entendidos?

O silêncio de ontem exumado ao lado de barcos
abre fendas no mar. Nossa cabeça é só um ponto
e fica com o horizonte atrás do espanto.
A ausência é sempre alguma coisa
na Ilha quando há náufrago para chegar.

- C. Ronald

vendredi 29 juillet 2011

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Blind Willie McTell

jeudi 28 juillet 2011

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Robert Johnson

mardi 26 juillet 2011

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Palavras de ordem dos últimos dias:

presque vu, jamais vu, déjà vu e déjà entendu. 

Pronto. A vida é menos complicada.

lundi 25 juillet 2011

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Lucian Freud

dimanche 24 juillet 2011

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MILTON: ... Guilt is like a bag of fucking bricks. All you gotta is set it down... Who are you carrying all those bricks for anyway? God? Is that it? God? Well I tell you. Let me give you a little inside information about God. God likes to watch. He's a prankster. Think about it. He gives man instincts. He gives you this extraordinary gift and then what does he do? I swear, for his own amusement, his own private cosmic gag reel he sets the rules in opposition. It's the goof of all time. Look but don't touch. Touch but don't taste. Taste but don't swallow. And while you're jumping on one foot to the next, what is he doing? He's laughing his sick fucking ass off. He's a tightass. He's a sadist. He's an absentee-landlord! Worship that? Never!

LOMAX: Better to reign in hell than to serve in heaven. Is that it?

MILTON: Why not? I'm here on the ground with my nose in it since the whole thing began. I've nurtured every sensation man has been inspired to have. I cared about what he wanted, and I never judged him. Why? Because I never rejected him inspite of all his imperfections...I'm a humanist. Maybe the last humanist. Who, in their right mind, Kevin, could possibly deny the 20th century was entirely mine? All of it, Kevin. All of it. Mine. I'm peaking, Kevin. It's my time now.

~~ The Devil's Advocate 
(Um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Definitivamente...)

jeudi 21 juillet 2011

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Genevieve Naylor, 1946, New York

mardi 19 juillet 2011

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C. ouve Tool na cozinha enquanto bate panelas e copos durante o preparo da janta. Aqui, da sala, enquanto aguardo deitada pela explosão de sabores com que certamente brindará minhas papilas, ouço seus pés tocando carinhosamente o mármore escuro, seus dedos deslizando pelos utensílios, intuo a gota de suor que escorrega sofregamente por sua testa e se deposita em suas sobrancelhas espessas e escuras. Definitivamente, há algo de mágico nos poucos minutos em que me dedico a esta observação cega de seus movimentos. É como todo o seu corpo projetasse uma imagem que se choca contra meu corpo com a violência do vulcão de nome impronunciável. Todo o seu ser é uma força da natureza, que modela e afeta o ambiente ao seu redor de forma devastadora.

O copo de vinho se esvazia e depois é enchido novamente, as notas continuam, as pernas se movem e sua vontade comanda os aparelhos eletrodomésticos. Eu, sozinha, sorrio e penso a respeito de quantas coisas ainda faremos juntos e de outras tantas que gostaria de dizer a ele neste exato momento. 

Fecho os olhos e sinto. Nada mais.

samedi 16 juillet 2011

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Ando meio synthpop ultimamente.

Goodbye Horses - Q Lazarus

vendredi 15 juillet 2011

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jeudi 14 juillet 2011

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Otis Redding sempre terá o poder de arrepiar todos os pelos do meu corpo. Pronto.

Otis Redding - I've been loving you

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Acordei com esta música na cabeça hoje.
Legião Urbana - Quase sem querer

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Há vezes em que não conseguimos evitar as pequenas brigas. Ainda mais quando elas se referem a detalhes tão pequenos, mas que não podemos deixar de notar. Ainda assim, o melhor delas sempre reside na reconciliação, seja com o que for, seja quanto tempo demorar. E nada paga a sensação de me sentir querida. Ponto.

Tantas coisas a dizer. Tão pouco tempo. De repente, no final de semana, quem sabe. 

lundi 11 juillet 2011

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Quatro blusas novas. Yay.

dimanche 10 juillet 2011

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Acordei com esta música na cabeça hoje. Depois de sonhos estranhíssimos. Mas deixa pra lá.
Sai Hi to Your Mom - The Forest Scares The Hell Out of Me

samedi 9 juillet 2011

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Definitivamente, um dos meus filmes preferidos. De todos os tempos. 
Fazia o Mickey na hora, com ou sem a torta de limão. Pegava Mallory também. Quem sabe os dois juntos.
Sweet Jane - Cowboy Junkies

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História passional, Hollywood, Califórnia - Vinicius de Moraes

Preliminarmente, telegrafar-te-ei uma dúzia de rosas
Depois te levarei a comer um shop-suey
Se a tarde também for loura abriremos a capota
Teus cabelos ao vento marcarão oitenta milhas.

Dar-me-ás um beijo com batom marca indelével
E eu pegarei tua coxa rija como a madeira
Sorrirás para mim e eu porei óculos escuros
Ante o brilho de teus dois mil dentes de esmalte.

Mascaremos cada um uma caixa de goma
E iremos ao Chinese cheirando a hortelã-pimenta
A cabeça no meu ombro sonharás duas horas
Enquanto eu me divirto no teu seio de arame.

De novo no automóvel perguntarei se queres
Me dirás que tem tempo e me darás um abraço
Tua fome reclama uma salada mista
Verei teu rosto através do suco de tomate.

Te ajudarei cavalheiro com o abrigo de chinchila
Na saída constatarei tuas nylon 57
Ao andares, algo em ti range em dó sustenido
Pelo andar em que vais sei que queres dançar rumba.

Beberás vinte uísques e ficarás mais terna
Dançando sentirei tuas pernas entre as minhas
Cheirarás levemente a cachorro lavado
Possuis cem rotações de quadris por minuto.

De novo no automóvel perguntarei se queres
Me dirás que hoje não, amanhã tens filmagem
Fazes a cigarreira num clube de má fama
E há uma cena em que vendes um maço a George Raft.

Telegrafar-te-ei então uma orquídea sexuada
No escritório esperarei que tomes sal de frutas
Vem-te um súbito desejo de comida italiana
Mas queres deitar cedo, tens uma dor de cabeça!

À porta de tua casa perguntarei se queres
Me dirás que hoje não, vais ficar dodói mais tarde
De longe acenarás um adeus sutilíssimo
Ao constatares que estou com a bateria gasta.

Dia seguinte esperarei com o rádio do carro aberto
Te chamando mentalmente de galinha e outros nomes
Virás então dizer que tens comida em casa
De avental abrirei latas e enxugarei pratos.

Tua mãe perguntará se há muito que sou casado
Direi que há cinco anos e ela fica calada
Mas como somos moços, precisamos divertir-nos
Sairemos de automóvel para uma volta rápida.

No alto de uma colina perguntar-te-ei se queres
Me dirás que nada feito, estás com uma dor do lado
Nervosos meus cigarros se fumarão sozinhos
E acabo machucando os dedos na tua cinta.

Dia seguinte vens com um suéter elástico
Sapatos mocassim e meia curta vermelha
Te levo pra dançar um ligeiro jitterbug
Teus vinte deixam os meus trinta e pouco cansados.

Na saída te vem um desejo de boliche
Jogas na perfeição, flertando o moço ao lado
Dás o telefone a ele e perguntas se me importo
Finjo que não me importo e dou saída no carro.

Estás louca para tomar uma coca gelada
Debruças-te sobre mim e me mordes o pescoço
Passo de leve a mão no teu joelho ossudo
Perdido de repente numa grande piedade.

Depois pergunto se queres ir ao meu apartamento
Me matas a pergunta com um beijo apaixonado
Dou um soco na perna e aperto o acelerador
Finges-te de assustada e falas que dirijo bem.

Que é daquele perfume que eu te tinha prometido?
Compro o Chanel 5 e acrescento um bilhete gentil
"Hoje vou lhe pagar um jantar de vinte dólares
E se ela não quiser, juro que não me responsabilizo..."

Vens cheirando a lilás e com saltos, meu Deus, tão altos
Que eu fico lá embaixo e com um ar avacalhado
Dás ordens ao garçom de caviar e champanha
Depois arrotas de leve me dizendo I beg your pardon.

No carro distraído deixo a mão na tua perna
Depois vou te levando para o alto de um morro
Em cima tiro o anel, quero casar contigo
Dizes que só acedes depois do meu divórcio.

Balbucio palavras desconexas e esdrúxulas
Quero romper-te a blusa e mastigar-te a cara
Não tens medo nenhum dos meus loucos arroubos
E me destroncas o dedo com um golpe de jiu-jítsu.

Depois tiras da bolsa uma caixa de goma
E mascas furiosamente dizendo barbaridades
Que é que eu penso que és, se não tenho vergonha
De fazer tais propostas a uma moça solteira.

Balbucio uma desculpa e digo que estava pensando…
Falas que eu pense menos e me fazes um agrado
Me pedes um cigarro e riscas o fósforo com a unha
E eu fico boquiaberto diante de tanta habilidade.

Me pedes para te levar a comer uma salada
Mas de súbito me vem uma consciência estranha
Vejo-te como uma cabra pastando sobre mim
E odeio-te de ruminares assim a minha carne.

Então fico possesso, dou-te um murro na cara
Destruo-te a carótida a violentas dentadas
Ordenho-te até o sangue escorrer entre meu dedos
E te possuo assim, morta e desfigurada.

Depois arrependido choro sobre o teu corpo
E te enterro numa vala, minha pobre namorada...
Fujo mas me descobrem por um fio de cabelo
E seis meses depois morro na câmara de gás.

vendredi 8 juillet 2011

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Já estou revoltada por causa do novo layout de publicação do blogger. Como assim trocar todos os botões azuis por laranjas e colocar tudo de uma forma maluca na página? Não gostei, não gostei e não gostei. Gosto do que é confortável, do que posso entender e confiar. Mas... vai entender. Deixa pra lá. Vou ter que acostumar, porque não dá para voltar atrás.

Hoje, enquanto estava no metrô, ouvi uma coisa que fez com que eu tivesse calafrios de prazer. Pois bem.



Carolina Chocolate Drops - Snowden's Jig

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Prince, grande sábio, um dia disse:

Act your age, not your shoe size

e eu dou o maior apoio.

lundi 4 juillet 2011

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Nunca gostei realmente desta música. Hoje em dia, não tenho mais problemas. Tenho uma leve simpatia por Carly Simon, por mais brega que isso possa parecer. A culpa toda é do VH1 Classic, que planta essas lembranças na minha cabeça, inclusive uma do Roy Orbison, que faz com que eu NECESSARIAMENTE tenha que escrever sobre W.
Carly Simon - You're so Vain

dimanche 3 juillet 2011

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A fé, realmente, é um sentimento muito complicado. Ninguém está realmente pronto para isso.

samedi 2 juillet 2011

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Duas músicas das antigas. Da época em que eu ainda perambulava pela Vila Mariana, eu e meus amigos skatistas. Eu ainda assistia ao programa Grito da Rua, coisa tão velha, mas tão velha, que acho que só eu e mais duas pessoas no mundo devemos nos lembrar dele. 

Aliás, comprei hoje uma manta preta e linda para me cobrir na sala enquanto assisto filmes mil. Pena que a vida ainda consegue me pegar na curva e o tempo fica tão escasso. Pena mesmo. 




Difícil de encontrar. Tive que colocar no 4shared. Agent Orange - It's Up to You and Me


TSOL - Flowers by the door

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Aos poucos eu me esqueço das coisas. Muito do que antes fazia com que eu pensasse em fazer sentido se esvai. O que sobra é uma sensação de vazio, mas é um vazio bom, porque me diz que há espaço para coisas novas. E, ultimamente, sou totalmente nova, sou totalmente buracos e abismos, sou crateras e Big Bangs. Há um universo em formação dentro de minha barriga. A fome que tenho é de mundo e de tudo, de todos. Tenho um apetite que não controlo e que rói até mesmo meus ossos. O corpo se expande (em um breve interlúdio que, sei, será substituído por uma contração devastadora). Meus peitos se enchem de leite, para eu alimentar o mundo, para contaminar todas as moléculas com minha necessidade de explosão. 

Cubro as paredes de meu quarto com fotografias de Man Ray e Frida Kahlo. Leio sobre Anaïs Nin e me surpreendo com o tamanho de June, tão pequena e tão devastadora. Paro, petrificada, perante as páginas que falam de Miller, ou daqueles Millers, e desejo, intensamente, aquela mobília e as cores das paredes. Desejo Emilia me preparando jantares nababescos, suflês de se cair o queixo, Hugo com seu pau descomunal e Henry com sua fome de carboidratos e sua falta de escova de dentes. Desejo Sylvia Beach e Titus me mandando para editores que nunca me publicarão. Desejo aulas de dança flamenca, desejo, desejo, desejo. Desejo francês e franceses, francesas, desejo o mundo. Ah, como desejo. 

Sento aqui na sala, olhando para os copos recém-comprados e penso nas grandes reuniões, penso em um mundo para daqui a dois anos e me sinto realizada, assustada, assombrada, como diz Fernando, 

(sic) sei ter o pasmo essencial que tem a criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras

e é esse pasmo que ando carregando comigo. A cada dia um novo passo, uma nova etapa da grande jornada em busca de mim mesma. Os dias de descoberta têm sido incríveis. Sei que terminarão no dia de meus anos, mas também tenho pela certeza que é apenas a primeira etapa da jornada, que há mais a ser feito e mais a ser descoberto.

Volto a estudar, para tentar desemburrecer. Sei que vou me soterrar de matérias por anos, que a vida social diminuirá, que muitas coisas terão que ser postergadas, mas, ainda assim, são coisas que devo terminar. E não me assusto mais. Sei que meu corpo se prepara, sei que a luta será árdua, mas que a pele está endurecida, que a carcaça está plena para sobreviver. Nada pode me derrotar mais. E isso é uma sensação incrível, que me faz invencível e passível de esmagar cabeças e crânios. Khaleesi. É quem sou. Eu e meus dragões.

Ainda me perco, vez por outra (porque a carne é fraca), na vida de outras pessoas que não me interessam. É apenas uma forma de querer espalhar um pouco de charme pelo dia a dia, uma necessidade hedonista de atenção, um certo cabo de guerra de meu ego. Sim, ainda tenho muitas sessões de terapia e muitas coisas a aprender, mas não me nego nem os pequenos prazeres do ódio mais. (Sim, acho que a libertação do corpo está libertando também minha mente, que, aos poucos, se liberta de tanta culpa católica que havia se instalado entre minhas vértebras). Não tenho mais o menor medo de voar, não tenho mais nada. E acho que é exatamente por isso que não temo mais, pois não tenho mais nada a perder. 

E agora é tudo ou nada. Tudo ou nada. 

vendredi 1 juillet 2011

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The Veils - Bloom
She took my hand 
And now there is no other.