lundi 28 février 2011

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Sou uma mulher. Até o osso.
Koko Taylor - I'm a woman

mercredi 23 février 2011

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Mitchell, sempre. Na jugular.

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Hoje C. me acordou no meio da noite, com aquelas mãos brutas, remexendo minhas costas e sussurrando em meu ouvido. Eu, ainda meio adormecida, deixei que ele fuçasse meu corpo da forma que queria, permiti que me virasse para qualquer lado, de frente, de costas, de lado, do lado do avesso. Nem me importei com a janela aberta e com o que a vizinhança ia pensar sobre a minha pessoa; a única coisa que eu queria, naquele momento, era sentir o salgado daquelas gotas de suor que pingavam sobre meu peito e minhas pálpebras. Abri as pernas sem a menor culpa e sem o menor pudor. Minhas carnes o receberam em festa, em brasa.

Depois, ao acender meu cigarro e ao observar a fumaça, só pude pensar: "meu Deus, que foda."

mardi 22 février 2011

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Salomé, querida,

Ainda te escrevo, porque sei que aqui você não vai ler. Ninguém sabe da existência disto, sou incógnita, ninguém sabe para quem escrevo, de quem falo, ninguém sabe quem eu sou, muito menos conhece a dor e a decepção que carrego. Acho que o que mais me dói é não saber os motivos, não conseguir entender os porquês. E você grita (disfarçadamente) aos quatro ventos que ainda precisa de mim, diz publicamente que ainda sente falta, que gostaria de tantas coisas e eu, do lado de dentro de meu altruísmo, realmente acho que está falando sério e revivo todo o meu drama, para falar com você, para esperar por uma resposta, que, invariavelmente, eu sei que nunca virá. E nunca virá mesmo, eu sei, mas eu não consigo matar essa esperança dentro de mim. E não é nem uma esperança de voltar a ter alguma coisa com você, é apenas uma esperança de poder entender, conseguir deglutir esse ódio.

C.

dimanche 20 février 2011

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Há alguma coisa realmente proibida e lasciva ao se comer uma comida muito gostosa, seguida de uma sobremesa perfeita. É uma coisa que faz com que meus sentimentos borbulhem e que eu lamba meus dedos com uma paixão desarvorada.

mardi 15 février 2011

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Les Amants
René Magritte, 1928

lundi 7 février 2011

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Às vezes me perco no desejo que sinto. É um poço profundo, que me arrasta todos os dias e faz com que eu embarque rumo às regiões mais recônditas da alma humana. Não tenho vergonha de nada, se quero, quero mesmo. Não tenho limites, preciso saber até onde posso chegar, porque só assim posso descobrir quem sou realmente. Não economizo dentes, mãos ou língua. Não economizo nem nos pés ou na pele, é necessário rumar para algum lugar e preciso usar as ferramentas que me deram. Preciso, não há escapatória.