dimanche 7 octobre 2007

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At night when I look at Boris' goatee lying on the pillow I get hysterical. O Tania, where now is that warm cunt of yours, those fat, heavy garters, those soft, bulging thighs? There is a bone in my prick six inches long. I will ream out every wrinkle in your cunt, Tania, big with seed. I will send you home to your Sylvester with an ache in your belly and your womb turned inside out. Your Sylvester! Yes, he knows how to build a fire, but I know how to inflame a cunt. I shoot hot bolts into you, Tania, I make your ovaries incandescent. Your Sylvester is a little jealous now? He feels something, does he? He feels the remnants of my big prick. I have set the shores a little wider, I have ironed out the wrinkles. After me you can take on stallions, bulls, rams, drakes, St. Bernards. You can stuff toads, bats, lizards up your rectum. You can shit arpeggios if you like, or string a zither across your navel. I am fucking you, Tania, so that you'll stay fucked. And if you are afraid of being fucked publicly I will fuck you privately. I will tear off a few hairs from your cunt and paste them on Boris' chin. I will bite into your clitoris and spit out two franc pieces....

Henry Miller, Tropic of Cancer
(Se te pego por aí, pelos cantos, cherie, não sobra pedra sobre pedra, vou te dizer...)

mercredi 12 septembre 2007

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Eu ainda me despedaço em tua direção. Sempre. Não tenho como evitar. Vou pro fundo do abismo.

lundi 20 août 2007

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Sinto sua falta. Não tenho como mudar isso. É uma presença, um cheiro, um toque que aparece no meio do dia e que vira a minha vida de ponta cabeça. Ainda que isso tudo me faça sofrer (porque a dor da saudade machuca como dor de dente), eu ainda prefiro isto a não sentir nada. Vejo algumas amigas que são ocas e agradeço por sofrer e por sentir tanto, do tamanho e com a intensidade que tudo se manifesta em meu peito. Mesmo sofrendo, sou feliz, sou sim. Não posso reclamar.

dimanche 29 juillet 2007

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David Fonseca Feat. Rita Redshoes - Hold Still

lundi 4 juin 2007

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Otto Neuman

dimanche 20 mai 2007

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lundi 14 mai 2007

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mardi 8 mai 2007

Linda Martini



Linda Martini - Amor Combate

mardi 1 mai 2007

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D. novamente. Novamente. E ainda mais uma vez. Gosto de estar com D. porque ela é selvagem, porque é movida por uma força da natureza, como eu. Não gosto quando as pessoas simplesmente se deixam estar, quando não esboçam qualquer tipo de selvageria. Eu, eu estraçalho jugulares, eu sou o Nosferatu. D. consegue chegar ao meu cerne, consegue provocar o bicho que mora em mim. Nós nos viramos do avesso, nós rimos e nós nos descobrimos a cada novo encontro. Falar de amor, pra quê? Aproveitamos o que temos, não temos essa necessidade de oscilar entre um extremo e outro. Temos alguma coisa que nos é muito preciosa e é isso que nos basta. Temos intensidade e intimidade, mais que isso, temos o espírito animado pela presença da outra e isso vale mais que ouro.

samedi 28 avril 2007

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mercredi 18 avril 2007

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Escondo em mim um desejo por tudo que seja do mundo. Não julgo quem seja ou por que seja, apenas desejo, desejo porque vivo. As únicas regras que sigam são aquelas que meu coração manda, aquelas que não me deixam trair meus ideais. Sim, sou uma pessoa muito fiel a todas aquelas pelas quais me interesso, sou fiel a cada uma de uma maneira, da maneira que todas elas merecem. E as defendo, em praça pública se preciso for, mas tenho meus limites e há lugares nos quais elas se aventuram que eu não as ouso seguir. Desejo subverter meu corpo de todas as maneiras possíveis, mas minha honra, nunca. Sou uma pessoa de palavra e isso ninguém me tira.

lundi 2 avril 2007

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Tenho saudades súbitas das calçadas de Lisboa, do eléctrico a subir e a descer as ruas estreitas de paralelepípedos. Tenho saudade da forma com que o sol dourava os ladrilhos das casas, das lojas centenárias, dos caminhos polidos pelos sapatos de Fernando, meu mestre, a quem eu seguia incessantemente durante aquelas semanas. Sophia perdia entre os reflexos das poças de chuva, Mário por baixo da estátua de Camões, os docinhos da confeitaria, tão cheios de história e açúcar. Ah, Lisboa. Vives sempre em meu coração. Dentro em pouco volto.

vendredi 16 mars 2007

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lundi 12 mars 2007

Tuas mãos

Quando tuas mãos saem,
amada, para as minhas,
o que me trazem voando?
Por que se detiveram
em minha boca, súbitas,
e por que as reconheço
como se outrora então
as tivesse tocado,
como se antes de ser
houvessem percorrido
minha fronte e a cintura?

Sua maciez chegava
voando por sobre o tempo,
sobre o mar, sobre o fumo,
e sobre a primavera,
e quando colocaste
tuas mãos em meu peito,
reconheci essas asas
de paloma dourada,
reconheci essa argila
e a cor suave do trigo.

A minha vida toda
eu andei procurando-as.
Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.
De repente a madeira
me trouxe o teu contacto,
a amêndoa me anunciava
suavidades secretas,
até que as tuas mãos
envolveram meu peito
e ali como duas asas
repousaram da viagem.

Pablo Neruda

samedi 24 février 2007

FÊMEA

o meu amado apagou o candeeiro
e apagou a sua amargura no meu corpo
e despertou a sua tristeza, derramou seus olhos no meu sonho
e me despertou.
estendeu sua asa destroçada à minha volta
e abraçou-me.
murmurou sua voz melodiosa ao meu ouvido,
embalando-me
sobre a ramaria das suas lágrimas misturadas,
e quando conseguiu de mim o que desejava
soltou-me
e, a meu lado, adormeceu, enquanto a tarde seu manto recolhia
para que, de manhã, nascesse outra amargura
e nascesse
um desejo na noite que impelisse o peito do meu amado
a apagá-lo sobre o meu corpo
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Salah Abd Al-Sabur
(Trad: Adalberto Alves)

lundi 19 février 2007

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Encontro U., U., de uma beleza gelada e impenetrável, sempre tão delicada, tão maleável ao toque. U. é uma garota adorável, um pouco jovem demais, mas alegre, animada, sempre disposta. Seus carinhos são moles, esparsos. Há nela um pouco de preguiça, um pouco de dar-se sem deixar que eu entre totalmente. Nunca encontro resistência alguma, sou sempre eu quem deve começar ou terminar tudo. Quem sabe tudo se deva à sua inexperiência, quem sabe, na verdade, tem algum trauma que a deixa gélida para o mundo. Não que ela recuse o meu corpo, mas sua alegria é incongruente com a forma com que ela se apresenta ao destino, sempre prostrada, não questionando nada ou ninguém. Aceita tudo que lhe acontece, é avessa a conflitos, avessa a qualquer coisa que possa criar vida. Acho que essa é a última vez, a primeira e a última. Realmente.

mardi 30 janvier 2007

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A.. Ah, como descrever A.? A é aquele que é dono de minhas vontades, é aquele que me vira do avesso e sabe como me convencer a fazer toda e qualquer coisa, de latrocínio a suicídio. Seus olhos e seu hálito têm o poder de me abrir, de fazer com que eu desabroche em cima de sua cama. E são lenços e cordas e colheres e mil apetrechos que deixo que utilize ao seu bel prazer em meu corpo, porque não tenho vergonha, porque sua força faz com que eu deixe sempre o meu pudor do lado de fora da porta. Sim, A. me domina e eu aceito. Porque simplesmente não pode ser de outra forma.

samedi 13 janvier 2007

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Há alguma coisa que se manifesta em mim, um tipo de mudança surda que vem se mostrando aos poucos, como que nos reflexos do mármore do banheiro. Olho para o chão negro e vejo meu rosto, meus olhos e procuro atentamente onde ela reside, tento entender que linha de minha feição a anunciará. Pressinto que seja algo que vá me tornar outra mulher, biônica, super-potente, algo nunca antes visto em minha história. Ao mesmo tempo, meus pés tremem e meus joelhos se sentem fracos, como se essa mudança também fosse o prenúncio de minha derrota.

Os dias se arrastam lentos e aqui, nesse enorme apartamento, nada muda, tudo é o mesmo, eu e essa minha estranha gravidez psicológica de mudanças, de coisas assombrosas para salvar a minha vida. E minha gêmea siamesa, onde se esconde quando mais preciso?

Sem poder resolver nada, acendo um cigarro, ando descalça até a geladeira, pego algumas pedras de gelo e afogo minhas preocupações, um belo gole de Bombay Sapphire e um Marlboro.

mercredi 3 janvier 2007

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O ano se inicia e não há nada de novo. Aqui dentro, sempre as mesmas preocupações e mesmas dúvidas. Acho que a solidão -- ainda que não total, ainda que não corpórea -- é a maior responsável por grande parte de meus pesadelos. Será que algum dia alguém vai conseguir ler as coisas que escrevo e entender tudo o que se esconde por trás dos meus olhos, a maldade que carrego em meus ossos, essa necessidade de explodir e devorar o mundo todo? Será? Eu me pergunto.