dimanche 30 octobre 2011

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Não fujo. Apenas me ocupo em outras paragens. Às vezes, as coisas tendem a atropelar o meu espírito, então me deixo, atônita, a olhar para os cantos e tentar prover algum sentido a uma realidade tão insólita. Eu ainda espero minha carona, espero ir parar bem ali, naquele lugar que sempre quis. E, por mais que eu não queira, alguns lugares são realmente o Peugeot, e me levam para onde eu desejo estar. Se não só lugares, mas olhares, cheiros, pequenos gestos. Mãos descansando sobre os canos do metrô. Pés embaixo das mesas. Pequenas coisas. E isso sim, isso sim, me faz viva. 

Não ando me preocupando ultimamente com Salomé. Para o diabo com ela. Com ela e com toda aquela corja ordinária. Oh, grande pulha, comedora de cunhadas. Não me vejo mais nessa mesquinharia. O que me importa agora são os meus cartões postais e o meu quadro de cortiça. Também sinto falta das fotos que antes colocava aqui, dos meus ídolos, de minhas pequenas caronas durante o dia. Botei então Oscar Wilde, que é uma pequena salvação.

Sem mais.

samedi 29 octobre 2011

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mardi 18 octobre 2011

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lundi 3 octobre 2011

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Há dias em que eu realmente me torturo e me deixo ficar, largada pelos cantos, com os olhos fundos, profundamente tocada por alguma coisa do passado que, realmente, me foi muito cara e não mais posso tocar. Esses dias de melancolia extrema costumam acabar comigo. É o corpo pedindo, falando, tentando expressar alguma coisa na qual não quero acreditar. E não acredito, simplesmente, porque não há razão nenhuma para tal. Seria como continuar insistindo no absurdo, mas não o absurdo surrealista, simplesmente o absurdo do errado, daquilo tudo que já me fez sofrer por tantas vezes. Ainda assim, o saudosismo nunca realmente me deixa em paz, especialmente nos domingos, dias sempre tão cheios de atividades mundanas, que não colocam nenhum fogo em minha barriga. 

Não posso reclamar. O fogo ainda existe, só que agora é direcionado em outras direções. Ainda assim, ainda assim, eu sinto falta daquelas sensações, com certas pessoas em específico. Acho que não há como fugir disso. As pessoas ficam mais velhas e tudo o que resta é olhar para o passado, para tudo aquilo ao qual renunciamos, suspirar e, quem sabe, sonhar com algum mundo paralelo em que as coisas ainda são possíveis. 

Talvez. Quem sabe um dia?