mercredi 8 septembre 2010

...

Prezado T.,

Por mais que eu tente, eu não consigo esquecer aqueles dias, a forma com que nossas mãos e corpos se encaixavam tão perfeitamente. Não havia nada de especial no que fazíamos (exceto pelo que fazíamos), mas, sempre que fecho os olhos e me lembro, tudo é magicamente envolto por uma aura de faz-de-conta. Mas não foram de faz-de-conta aqueles dias. Eu te amei, eu te amo ainda, mais do que muita coisa que já tive/tenho. Seu corpo achou uma forma muito astuta de se gravar em minha pele e sua voz se embrenhou de tal maneira em meu cérebro, que muitas vezes julgo que estou falando contigo enquanto vou e venho dos lugares, enquanto submerjo no limbo da espera pelo metrô.

Realmente acredito que foi uma combinação perfeita de dois seres imperfeitos, foi a cidade, foram os dias, foi o tempo, foi tudo aquilo que existiu nos dias em que estivemos juntos. E é por todas essas coisas que rezo durante à noite, escondida, para ninguém ver. Você sempre vai ser aquele restinho de esperança que guardarei no fundo do baú, para todos os momentos em que eu achar que estou morrendo e que preciso de alguma coisa para me segurar no mundo. Uma espécie de âncora para fazer com que a falta da lei da gravidade não me deixe flutuar para algum outro universo. E por isso te agradeço, te agradeço por estar sempre aqui dentro, mesmo não estando, mesmo sendo um clandestino na minha vida, mesmo não podendo existir no mundo real. Isso não me importa. O que importa é você aqui e mais ninguém.

E já se fazem cinco anos. Mas a saudade é a mesma, sempre.

Sua,

C.

Aucun commentaire: