lundi 15 novembre 2010

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Não me importo com as janelas e com as portas. Não me importo com os olhos dos outros. Até gosto de ser observada, de sentir o desejo de outrém queimando secretamente minha pele. Aqui, é muito difícil de encontrar gente parecida comigo, então, vivo em devaneios enquanto me jogo pela chaise longue ou pelo brilhante piso de madeira clara. Gosto do cheiro, gosto da sensação de ter o piso nas costas, contra minha pele lisa e clara. O piso nas costas e a mão entre as pernas, a mão e o que mais me aprouver, uma luta contra o desejo que acaba sempre fazendo com que ele se torne maior. Maior e maior, nunca cessa.

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